Nix

Já estou praticamente um ano atrasada para escrever esse post. O Nix brotou na minha vida em abril de 2023. Isso mesmo, brotou rs. Eu sempre gostei de gatos e quis ter um, principalmente depois que sai da casa dos meus pais e sentia muita falta da Tifinha. Como não trabalho de casa todos os dias, achava que seria melhor um gato do que um cachorro porque diziam que gatos ficam melhor passando algum tempo sozinhos. 

Apesar da vontade, ainda tínhamos muito receio de como seria, se iria dar muito trabalho, como isso iria impactar na nossa vida, etc. Fomos algumas vezes em um evento de uma ONG, em Cat Cafés e eventos de adoção e apesar de eu ter passado perto de adotar uma vez, acabou não acontecendo porque nos falaram que para adotar a gatinha teríamos que pegar a irmãzinha dela junto porque elas eram muito pequenas para ficarem sozinhas. Se já estávamos com medo de adotar 1, imagina 2! (spoiler: já temos 2 gatos). Ah, eu também vivia procurando gato na rua porque o parque perto de casa tem muitos gatos, mas nunca encontrei um para levar para a casa. 

Até que em um belo e aparentemente tranquilo domingo, minha irmã me liga depois do café da manhã falando que tinha encontrado meu gato. Ela resgatou um filhotinho perto da casa dos meus pais e eu precisava decidir se queria ou não, porque tinha um outro cara que apareceu lá e ficou interessado. E assim, do nada, adotamos o Nix. No caminho até lá (outra cidade nas proximidades de onde moro) fomos discutindo os nomes e  ainda não sabíamos se era macho ou fêmea (mas tinha quase certeza que era macho). Meu namorado sugeriu esse nome, que é de uma divindade grega conhecida como a personificação da noite. Achei que combinou e que servia tanto para macho quanto para fêmea, então ficou Nix. 

Primeira foto que recebi, logo depois do resgate

Ele se adaptou muito bem a nós e ao nosso apartamento e na primeira noite já quis dormir com a gente na cama. Eu tirava e colocava na caminha dele e ele vinha escalando e subia de novo. Até que me dei por vencida e fiquei dormindo com ele. Aliás, ele dormiu, eu não, porque estava morrendo de medo de esmagá-lo. Os primeiros dias foram um caos, ele era muito trabalhoso, tinha aquela energia infinita de filhote e eu queria fazer tudo perfeito igual nos livros e nos vídeos que tinha visto, mas não estava dando certo. Os livros falavam muito sobre não frustrar o gato e eu achava que qualquer coisinha podia fazer isso e traumatizá-lo para sempre (sim, sou muito exagerada). Também me cobrava muito porque ficava pensando que a outra pessoa que se interessou por ele podia ser um tutor melhor do que eu, então passei a basicamente viver para o Nix. 

Que saudade desse cabeçudinho 🥺

Foi uma época cansativa, mas muito gostosa de brincadeiras e de ver ele fazendo as coisas pela primeira vez e se desenvolvendo. Mas a gente basicamente passava todo o tempo que podia brincando com ele e tinha um problema que era o mais complicado: ele mordia muito. A gente vivia com os braços e mãos machucadas. Antes mesmo de adotá-lo eu tinha visto que não podia acostumar o gato a brincar com a mão e por isso nunca fizemos isso com ele, sempre usamos brinquedos. Mas mesmo assim ele atacava muito, principalmente quando era contrariado. E cada vez estava machucando mais e nos deixando mais frustrados. Eu acho que assisti basicamente o YouTube inteiro sobre esse tema e todos davam as mesmas dicas genéricas e culpavam o tutor por algum momento incentivar esse comportamento, mas nunca fizemos isso.

Encontrei uma comportamentalista online e fizemos uma consulta com ela, mas como era por vídeo, não dava para ela ver exatamente a situação. Quase tudo que ela falou eu já sabia e tinha tentado e não tinha dado certo. Ela explicou que ele provavelmente era assim por ter sido separado das mães e dos irmãozinhos muito cedo (quando nós o encontramos, a veterinária falou que ele devia ter uns 3 meses e não sabemos quando/como ele foi parar lá na rua). Os gatos aprendem a dosar a força interagindo e brincando de lutinha com outros gatos e o Nix não teve isso. E por mais que brincássemos o tempo todo com ele, não tinha como brincar da mesma forma que ele brincaria com um gato. Então ela sugeriu que adotássemos outro gato, que as coisas seriam melhor assim. Mas só pensávamos que com dois gatos seria esse mesmo trabalho em dobro. 

Ele adorava brincar nas cabaninhas de almofada que eu fazia

Logo depois que passamos com a comportamentalista conversamos com um casal de amigos do Diego em uma festa e eles contaram que tinham um problema muito parecido com o nosso, até que adotaram outro gato e as coisas melhoraram bastante. Fomos levando as coisas, às vezes considerando a possibilidade, mas na maior parte do tempo achando que não ia dar certo. Até que acabamos gostando muito de uma gatinha que estava para adoção na Petz e começamos a considerar de verdade a ideia. Voltamos lá para visitá-la, já super animados, e ela tinha sido adotada. Fiquei triste, mas pouco depois vi essa postagem no Instagram e foi assim que a Mochi entrou na nossa vida. Mas isso é história para outro dia. 



Hoje o Nix está com mais ou menos 1 ano e 3 meses. Ele cresceu muito rápido, sinto falta daquela coisinha que cabia no meu ombro. Ele parou de morder e é muito mais fácil de lidar agora, apesar de ser meio sem paciência (mas nem posso falar nada porque me identifico). Eu vi em algum lugar, acho que o Jackson Galaxy que falou, que a paciência do gato é como um balãozinho que vai enchendo e a do Nix é um balãozinho bem pequeno e que enche rápido. Mas hoje em dia sabemos identificar isso bem melhor. E quando ele está de saco cheio, normalmente só sai e não nos ataca como era antes. 



Ele é um puxa saco do Diego e vive pedindo colo e carinho para ele e eu fico com inveja. Mas de vez em quando ele vem fazer um denguinho comigo também. Agora para brincar, eu sou a escolhida 😎. Nós temos nossas brincadeiras que são praticamente as mesmas desde que ele era bebê e ele fica atrás de mim para me chamar para brincar, é muito bonitinho. Quem não sabe disso provavelmente acharia que ele tem medo de mim, porque o jeito dele chamar é ficar parado atrás de mim e quando eu olho, sair correndo igual um maluco para se esconder. Ele brinca muuuuuito menos do que antes e às vezes eu fico brincando sozinha na tentativa de fazer ele se interessar, mas quando ele engaja na brincadeira, é muito gostoso. 

Ter um gato não é tranquilo igual muita gente fala, pelo menos não se você quiser dar uma vida enriquecedora para ele. Ele tem suas particularidades e dá trabalho em coisas que cachorro não dá, assim como cachorro também dá trabalho em coisas que gato não dá. Eles exigem atenção, carinho, brincadeira e cuidados. Mas de uma coisa eu tenho certeza, é muito recompensador! Não consigo nem explicar o tanto que eu amo esses bichinhos, o quanto eles me fazem bem e deixam meu dia mais feliz. Eles são muito divertidos, cada um tem uma personalidade muito única e é bom demais morar e conviver com eles. O Nix é super esperto e focado, acho que em duas sessões de treinamento já aprendeu a sentar e lembra até hoje quando eu falo, mesmo eu nunca mais tendo reforçado esse comportamento. E eu fico babando no quanto ele é lindo! Olha essa pantera perfeita!


Eu ainda tenho algumas inseguranças e paranoias relacionadas à saúde deles, mas isso vem da minha ansiedade. Acho que com as coisas que aprendemos com a outra comportamentalista que contratamos para ajudar na adaptação dos dois e a própria convivência com eles fui ficando um pouco mais tranquila. Acho que ter consumido tanto conteúdo como consumi acabou atrapalhando mais do que ajudando, mas faz parte. Muita coisa eu só aprendi por conta disso, porque apesar de gostar de gatos, não tinha ideia de como era ter um. Não sabia nem brincar da maneira correta. 

Depois volto aqui para contar da Mochi e da convivência dos dois, porque essa é outra longa história...mas com "final" feliz. 🥰


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