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Capa do livro A Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison do autor nacional Enéias Tavares

O ano é 1911. Em um Brasil Retrofuturista...

Dirigíveis gigantescos dominam o céu. Abaixo, o vapor cinzento dos bondes, fábricas e estaleiros soma-se à fumaça dos charutos, cachimbos e cigarrilhas. Vozes robóticas, barulho de hélices e maquinarias misturam-se ao alarido do povo.

Em A Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison, Isaías Caminha é um jornalista carioca encarregado de ir até Porto Alegre cobrir um dos maiores escândalos dos últimos tempos: os assassinatos em série cometidos pelo antes respeitado médico Dr. Antoine Louison. Acusado da morte de 8 membros influentes da sociedade, ele agora é visto como um "monstruoso pederasta", "terrível diabo", "assombrosa perversão da natureza", "Mefistófeles tupiniquim" e tantas outras alcunhas dignas de manchetes sensacionalistas. 

Caminha se interessa muito pelo caso, mas não pelo que está sendo dito por todos da cidade e sim pelo misterioso Dr. Louison e os motivos por trás daqueles crimes. Após pesquisar mais sobre a sua vida e encontrar Vitória Acauã, uma bela mulher ligada ao médico, o interesse profissional do repórter torna-se pessoal e ele acabará muito mais envolvido do que imaginava, principalmente após a inexplicável fuga de Louison do asilo São Pedro para Psicóticos e Histéricas, onde estava internado até sua execução. 

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Eu tive um começo bastante difícil com esse livro e acho que muito disso deve-se ao fato de que não sabia muito o que esperar dele. Comprei meio por impulso porque tinha achado a capa linda e porque quero ler mais livros nacionais. Li a sinopse rapidamente na hora da compra, mas quando peguei pra ler já não me lembrava mais de nada e preferi ler no escuro mesmo. 

A Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison é dividido em seis partes, sendo a primeira delas narrada por Isaías e isso quase me fez desistir do livro. Sua narrativa faz uso de palavras rebuscadas e construções muito elaboradas para falar de coisas simples. Entendi depois que isso fazia parte da construção do personagem, mas num primeiro momento estava me afastando bastante da história. Resolvi insistir por ser um dos livros da minha meta da #MLI2017 e fui com isso fui presenteada com gratas surpresas.

Foto detalhando o sumário do livro A Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison

Eu imaginava, principalmente pela capa, que seria um livro mais voltado para a aventura, com bastante ação em meio a esse cenário ao mesmo tempo antigo e futurista. Mas grande parte da história é composta por mensagens trocadas entre os personagens e registros em seus noitários (seria uma espécie de diário que é escrito pela noite?). Por isso, ele é mais reflexivo e focado no desenvolvimento das personalidades, na interação entre os personagens e em seus anseios do que nos acontecimentos em si.

As mensagens datam desde antes dos crimes, por isso o mistério nos é apresentado como um grande quebra-cabeças que vai clareando aos poucos junto com cada relato. E eu gostei tanto disso! E através dos registros dos noitários, vamos podendo conhecer verdadeiramente cada um que faz parte dessa trama.


Há uma lição a ser aprendida nesta lenda, a lição de que tanto a morte quanto o amor são irmãos gêmeos, Eros e Thanatos sempre abraçados, um fundido ao outro. Morta, estou estática abaixo da terra. Apaixonada, estou estática acima dela. Quem bebe do precioso tajá entrega-se aos braços de outro, sendo ele um verdadeiro devorador ou um amante faminto. 


Enéias revisitou e homenageou várias obras da literatura clássica brasileira. Personagens marcantes como Pombinha e Rita Baiana (O cortiço) e Solfieri (Noite na Taverna) continuam suas histórias nesse livro. Mesmo fazendo parte de universos e contextos bem diferentes, eles se encaixam de uma maneira muito natural e interessante. Fiquei feliz por conhecer e lembrar de alguns deles (até que minha memória não tá tão ruim assim), mas no final, o autor cita todos os personagens e livros que foram utilizados, caso alguém não conheça e queira saber mais sobre eles. Fiquei bastante interessada em O Alienista.

Eu não tenho muita experiência com Steampunk, na verdade li apenas dois livros Cyberpunk que acredito ser ligeiramente diferente. E por isso senti falta de um desenvolvimento maior do universo, dos cenários e das invenções, tão contrastantes com a época antiga. Há citações pontuais de alguns mecanismos e tratamentos robóticos, mas na maior parte do tempo, sentia que a história podia estar se passando no começo do século XX como o conhecemos. 


As páginas de A Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison estão recheadas de críticas a abusos e preconceitos daquela época, que infelizmente se estendem até os dias de hoje, mesmo que de forma mais velada (ou não). E acho que as conclusões que tiramos a partir delas seriam a grande lição que dá nome ao livro. Entre outros, são abordados temas como preconceito racial, de gênero e orientação sexual e em algumas partes fiquei com um nó na garganta e tive que dar umas pausas na leitura. Mas são assuntos dos quais não podemos fugir e toda discussão é extremamente válida e fundamental. 


Será? É precisamente isso que discutiremos. Do quanto, às vezes, não há relação entre o que é justo e o que é correto. Do quanto, às vezes, leis aceitas devem ser quebradas em busca de uma beleza que nem sempre está ao lado da bondade. 

Vi algumas críticas ao final, mas ele foi bem satisfatório para mim, não consegui pensar em outra forma da história terminar. E apesar desses pequenos poréns que falei aqui, esse livro me conquistou bastante, principalmente conforme as horas foram passando após o término da leitura e fui pensando mais sobre ele.  

Kindle Unlimited

Para quem quiser dar uma chance (e recomendo bastante que faça isso), ele está disponível no Kindle Unlimited, assim como dois contos sobre os personagens que também já quero ler. É só clicar nas imagens para ser redirecionado para a Amazon :)

Capa do Livro A Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison

Capa do Conto Bento Alves da série Brasiliana Steampunk  Capa do Conto Solfieri da série Brasiliana Steampunk

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Capa do livro A Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison do autor nacional Enéias Tavares

A Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison


   Autor: Enéias Tavares
   Número de Páginas: 304
   Editora: Fantasy - Casa das Palavras
   Idioma: Português



   Skoob/Goodreads




Sinopse: 1911. Porto Alegre. Dirigíveis gigantescos dominam o céu. Abaixo, o vapor cinzento dos bondes, das fábricas e dos estaleiros ao redor soma-se à fumaça dos charutos, dos cachimbos e das cigarrilhas. Vozes robóticas, barulho de hélices e maquinários misturam-se ao alarido do povo. De um Zepelin, desembarca Isaías Caminha, um jornalista carioca enviado à cidade para escrever uma matéria sobre o assassino em série Antoine Louison, que há poucos dias assombrava o local com um verdadeiro show de horrores: a exposição dos órgãos de suas vítimas.
A aventura começa depois que o Dr. Louison, finalmente capturado e preso no hospício, desaparece misteriosamente de sua cela de segurança máxima sem deixar vestígios. Nesta busca pelo paradeiro do assassino, Isaías e um grupo de investigadores ainda vão topar com conhecidos do Dr. Louison, pertencentes a uma sociedade secreta de intelectuais, chamada Parthenon Místico, que estão dispostos a tudo para defendê-lo e desmascarar os criminosos.
Esses amigos de Louison são alguns aclamados personagens da literatura brasileira, em brilhante reinvenção: Rita Baiana e Pombinha, de Aluísio Azevedo, Simão Bacamarte, de Machado de Assis, Solfieri, de Álvares de Azevedo, entre outros.

Addie Moore e Louis Waters são dois viúvos septuagenários e vizinhos no pequeno condado de Holt. Um dia, cansada de sua solidão, Addie faz uma proposta um tanto inusitada a Louis: que ele venha a sua casa todas as noites para que eles possam dormir juntos, no sentido literal do verbo.

"Não, sexo não. Não é essa a minha ideia. Acho que perdi todo e qualquer impulso sexual já faz muito tempo. Estou falando de ter uma companhia para atravessar a noite, para esquentar a cama. De nós nos deitarmos na cama juntos e você ficar para passar a noite. As noites são a pior parte. Você não acha?"

Louis fica um pouco hesitante, mas acaba aceitando, já que ele também se sente da mesma forma e assim começa uma nova rotina em suas vidas. Toda noite Louis aparece e após beberem alguma coisa, vão para a cama conversar e dormir. 

Ao fazerem companhia um para o outro, também começam a se conhecer melhor, mais do que seus próprios ex parceiros, e construir uma relação totalmente nova. Essa relação, porém, não é bem vista por grande parte dos vizinhos da pequena cidade e de seus próprios filhos, que se mostram preconceituosos e egoístas. Os dois precisam decidir, então, até onde estão dispostos a ir para preservar essa nova parte de suas vidas. 

-----❤❤❤-----

Eu recebi o livro Nossas Noites de cortesia do Grupo Companhia das Letras e se isso não tivesse acontecido, talvez seria uma história que passaria batida por mim, por ser diferente do que eu estou acostumada a ler. Mas exatamente por isso, fico feliz por ter tido essa oportunidade. Gosto de sair da minha zona de conforto literária, ainda mais quando o resultado da leitura é bem positivo. 

O livro é curto e com vários espaços em branco e por ser predominantemente composto por diálogos, dá para ler de uma só vez. Não há uma demarcação clara dos diálogos, como o uso de travessões, e isso fez com que eu estranhasse um pouco no começo, mas logo me acostumei e a leitura ficou bem fluída. E como na maior parte do tempo as conversas acontecem entre poucas pessoas, é fácil distinguir quem e quando está falando. 

A história é um pouco lenta e sem grandes acontecimentos, puxando mais para um lado sensível e reflexivo e eu gosto muito disso, mas sei que não é o tipo de coisa que agrada todo mundo. Não consigo lembrar de outro livro que eu tenha lido em que os protagonistas fossem idosos e acho importante refletirmos um pouco sobre isso. Não é que não existam livros assim, mas eles não são tão comuns ou conhecidos. É como se apenas pessoas jovens pudessem protagonizar histórias que valem à pena serem contadas. 

"Quem imaginaria que, a essa altura da vida, nós ainda poderíamos ter algo desse tipo? Que afinal ainda existe, sim, espaço para mudanças e entusiasmos na nossa vida. E que nós ainda não estamos acabados nem física nem espiritualmente."

Às vezes, mesmo que inconscientemente, acabamos colocando um ponto final na vida antes que ela tenha de fato acabado. Eu faço isso, já me achando velha para fazer determinadas coisas ou como se eu tivesse até tal idade para realizá-las. E a verdade é que estamos cercados de exemplos que nos mostram exatamente o contrário, que sua vida é uma só e você precisa aproveitá-la da melhor maneira que puder, independentemente da sua idade. Talvez eu esteja filosofando demais nesse post, mas é porque esse livro realmente me tocou bastante nesse sentido. 

Eu terminei a leitura com um misto de felicidade e esperança, aquele famoso quentinho no coração que tanto falo por aqui, por toda essa mensagem otimista em relação à vida e ao futuro, e também tristeza. Infelizmente, também somos apresentados ao lado mais cruel e egoísta dos seres humanos, que querem ditar regras e controlar a felicidade alheia. 

Além dos boatos maldosos dos moradores da cidade, temos os filhos de Addie e Louis se posicionando contra o relacionamento por motivos baixos. E essa foi a pior parte para mim. Imaginar que uma pessoa a quem você dedicou toda sua vida, possa desejar qualquer outra coisa que não a sua felicidade. Uma pessoa que acha que você deve assumir seu papel de velhinho e ficar quietinho sendo um avô ou uma avó, cuidando do seu jardim ou de seus netos, enquanto espera que sua vida acabe. Como se você deixasse de ser uma pessoa para se transformar em uma ideia que os outros têm a respeito de você.

"Espero que sim. Eu falei para você que não quero mais viver daquele jeito — em função das outras pessoas, do que elas pensam, daquilo que elas acreditam. Não acho que seja uma boa maneira de viver. Não para mim, pelo menos."

É uma leitura que eu recomendo bastante para quem não se importa com narrativas mais lentas e que queira sair um pouco do convencional.

-----❤❤❤-----


Autor: Kent Haruf
Número de Páginas: 160
Editora: Companhia das Letras
Idioma: Português
Tradução: Sonia Moreira


Skoob/Goodreads


Livro recebido de Cortesia do Grupo Companhia das Letras






Sinopse: Em Holt, no Colorado, Addie Moore faz uma visita inesperada a seu vizinho, Louis Waters. Viúvos e septuagenários, os dois lidam diariamente com noites solitárias em suas grandes casas vazias. Addie propõe a Louis que ele passe a fazer companhia a ela ao cair da tarde para ter alguém com quem conversar antes de dormir. Embora surpreso com a iniciativa, Louis aceita o convite. Os vizinhos, no entanto, estranham a movimentação da rua, e não demoram a surgir boatos maldosos pela cidade. Aos poucos, os dois percebem que manter essa relação peculiar talvez não seja tão simples quanto parecia. Neste aclamado romance, Kent Haruf retrata com ternura e delicadeza o envelhecimento, as segundas chances e a emoção de redescobrir os pequenos prazeres da vida que pode surpreender e ganhar um novo sentido mesmo quando parece ser tarde demais.
Se tem uma coisa que eu gosto é desenho/animação. Acho que mesmo quando eu estiver velhinha, estarei assistindo. Então amei esse tema da postagem coletiva do Grupo Blogueiros Geeks. A proposta é falarmos sobre as nossas 3 animações preferidas e as lições de vida que tiramos delas, mostrando que desenho não é coisa só de criança.
Foi bem difícil escolher só 3 e tava até pensando em roubar e colocar mais uns 2 de bônus hehe, mas aí percebi que o post ficaria gigante.

Eu adoro marcar trechos em livros e sempre que posso coloco alguns nas resenhas, mas não tem como colocar todos e muitas vezes leio um livro e não comento nada dele por aqui. Então resolvi fazer uma nova "categoria" de posts compartilhando eles com vocês. Só vou postar quotes que não tenham spoilers e façam sentido mesmo para quem não leu o livro (pelo menos na minha cabeça eles fazem hehe). 


"O poder corrompe, o poder absoluto corrompe absolutamente."

"Será que os Épicos matavam porque Calamidade tinha escolhido - por qualquer motivo - apenas pessoas horríveis para ganhar poderes? Ou matavam porque poderes incríveis como esses deturpavam uma pessoa, tornando-a irresponsável?"



Como falei bem pouco das minhas leituras desse ano aqui no blog, achei que responder essa tag novamente seria uma boa maneira de fazer um balanço geral de como 2017 tem sido para mim em relação aos livros. Não tem sido o melhor ano em questão de quantidade e qualidade, mas li alguns livros muito bons que acabam compensando :)

PS: Essa TAG foi traduzida pelo Victor do canal Geek Freak
1. O melhor livro que você leu até agora, em 2017


A Rainha de Tearling - Erika Johansen

Esse livro me surpreendeu bastante, comecei a leitura sem nenhuma expectativa e acabou sendo o meu preferido até agora. Ele é uma distopia com um quê medieval, diferente dos muitos outros desse gênero que eu já tenha lido. Se quiser saber mais do que achei sobre ele, é um dos poucos que fiz resenha aqui. 


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