Resenha: Os Goonies


Número de Páginas: 240
Editora: Darkside Books
Idioma: Português
Autor: James Kahn
Tradução: Cecilia Giannetti





Eu gosto muito da ideia de fazer leituras temáticas e para o dia das crianças, escolhi Os Goonies (talvez eu esteja um pouco atrasada com a resenha, mas o importante é que outubro ainda não acabou, não é mesmo?!). Acho que todo mundo que foi criança nos anos 90 ou final dos anos 80 deve ter assistido a esse filme milhões de vezes na Sessão da Tarde. Eu fui uma dessas crianças, mas por incrível que pareça, não lembrava nada dele. Achei isso muito bom porque pude encarar como uma história completamente nova. E gente, só  por esse livro!

Assim como A Noite dos Mortos-Vivos, minha última resenha por aqui, esse livro também foi escrito tendo o filme como inspiração. Porém desse vez eu achei que funcionou muito bem. Ainda não vi o filme novamente, mas durante a leitura senti como se os dois fossem duas formas de apresentar a mesma história que podem até se complementar, mas não dependem uma da outra. 


O livro é narrado por Mikey Walsh, que tem uma turma de amigos conhecidos como os GooniesBocão Devereux, Gordo Cohen e Ricky Wang. Eles se chamam assim por morar em um lugar conhecido como Docas Goon, que está prestes a ser comprado e destruído pelas pessoas do rico Country Club Hillside, para ampliação do clube. 

Enquanto sua mãe está empacotando as coisas para a mudança, Mikey, os amigos e seu irmão mais velho, Brand, resolvem mexer em umas antiguidades de um museu que estão guardadas em sua casa por causa do trabalho de seu pai. No meio da brincadeira, ele encontra o mapa do Willy Caolho, um pirata famoso pela lenda de seu tesouro escondido. Um tesouro que levara à morte de muitos que tentaram encontrá-lo. 
Foto do livro Os Goonies sobre um mapa, com uma caveira de brinquedo e moedas imitando um tesouro e mais livros atrás
Vendo no tesouro a única forma possível de salvar as Docas Goon e uma oportunidade de viver uma grande aventura com seus amigos, mesmo que fosse a última antes de se separarem, Mikey consegue convencê-los a ir com ele nessa jornada. 
Eu acho que não poderia ter feito uma escolha melhor de leitura para essa data, porque eu me senti criança novamente ao longo das páginas. Eles vivem uma verdadeira aventura de piratas, daquelas que toda criança sonha em viver com sua turma de amigos. Eu me diverti muito mesmo e já fazia um tempo que não me sentia tão transportada e imersa em uma história como senti em os Goonies. 

Achei que os personagens foram bem desenvolvidos, mesmo que a gente tenha apenas a visão que Mikey tem a respeito deles. Mesmo assim foi possível identificar os principais traços da personalidade de cada um e todos têm sua importância para a história, não estão ali só para preencher espaço. E gostei muito de quase todos, só tive meus probleminhas com o lado zueiro do Bocão. E meu preferido sem dúvidas é o Mikey. Adorei seu jeito de pensar e ver o mundo e me identifiquei em muitos aspectos com ele. 
"Ele não era do tipo que vivia em um conto de fadas, que é o que ele dizia que eu fazia algumas vezes. Mas eu acho que, às vezes, não há nenhuma razão para não se fazer isso, pois a realidade é tão confusa. Uma vez vi umas pichações em uma cabine do vestiário dos meninos que dizia: "Não há gravidade, a Terra é um saco". Bem, há momentos em que isso é verdade. "

Também gostei da forma como o livro é narrado, com Mikey contando sua história em uma espécie de diálogo com o leitor. Não é sempre que gosto desse recurso, mas achei que combinou muito com a história e contribuiu para torná-la ainda mais dinâmica e fluída. 

Os Gonnies é uma história de aventura, mas tem também humor, um poquinho de romance e até reflexões, sendo primeiramente uma história sobre a amizade. Recomendo muito a leitura  . 
Ah, e se você assistiu Stranger Things e já tá com saudades daquela sensação de quentinho no coração e nostalgia que a série trouxe, recomento mais ainda. 


Eu jamais trairei meus amigos das Docas Goon,
Juntos ficaremos até o mundo inteiro acabar,
No céu e no inferno e na guerra nuclear, 
Grudados feito piche, como bons amigos iremos ficar,
No campo ou na cidade, na floresta, onde for,
Eu me declaro um companheiro Goony
Para sempre, sem temor.
A minha edição desse livro é a brochura, mas não deixa de ser muito bonita e caprichada também. Na parte interna da capa tem o mapa do Willy Caolho, que também aparece no meio da história. Antes de cada capítulo há uma página preta com o símbolo da caveirinha de pirata.

Foto do livro Os Goonies sobre um mapa, com uma caveira de brinquedo e moedas imitando um tesouro