Resenha: O Romance Inacabado de Sofia Stern


Número de Páginas: 256
Autor: Ronaldo Wrobel
Editora: Record
Idioma: Português
Livro cedido em parceria com o Grupo Editorial Record
Skoob/Goodreads




Ronaldo mora com a avó, Sofia Stern, por quem foi criado desde a infância. Sofia fugiu da Alemanha para o Brasil aos 19 anos, nas vésperas da Segunda Guerra Mundial

Após alguns episódios em que Sofia estava se comportando de maneira um pouco estranha e tendo lapsos de memória, ela acaba saindo sozinha uma noite e desaparecendo. Após algumas horas sumida, Ronaldo a encontra cantando em uma boate.

Netos raramente conhecem os avós. Podem até ser seus cúmplices e amá-los de verdade, mas quase nunca suspeitam de mistérios que não tiveram condições de desvendar. Avós são esfinges porque ali mora mais do que alguém. Ali mora o tempo.

Antes de perceber que a avó saíra de casa, Ronaldo encontra em sua cama um misterioso diário marrom, escrito em português e alemão, que desaparece com a volta de Sofia. Além do diário havia um anel com a inscrição SS que remetia à tropa de elite de Hitler. Intrigado com tudo que está acontecendo e como Sofia se recusava a falar sobre isso, Ronaldo resolve investigar a situação por conta própria. 

A investigação faz com que a juíza Julia Kaufmann entre em contato com ele para informar que há um processo judicial acontecendo na Alemanha envolvendo uma fortuna estimada em 7 milhões de euros que foi deixada para sua avó pela amiga da juventude, Klara Hansen. Preso a um emprego burocrático que não lhe agrada, Ronaldo decide partir para a Alemanha na companhia de avó para reconstruir as memórias de sua juventude e conseguir o dinheiro que seria seu por direito. Ao fazer isso, se depara com uma história cheia de intrigas, segredos, romances e traições. 
Eu li esse livro em 2 dias e fiquei tão envolvida com ele que quase não conseguia interromper a leitura. Enquanto acompanhamos Ronaldo em busca de informações sobre o passado da avó, a história do presente é alternada com a juventude de Sofia na Alemanha nazista. 

As partes que relatam a vida passada de Sofia foram as minhas preferidas. Devido às limitações físicas de seu pai e o fato de ter sangue judeu, ela teve que amadurecer muito cedo e fazer de tudo pela sua sobrevivência. Klara foi sua única amiga e gostei muito de acompanhar o relacionamento entre as duas, com seus altos e (muitos) baixos. Achei que as duas personagens foram bem construídas e teria lido mais páginas sobre elas e principalmente sobre sua amizade com o maior prazer. 

Tive um misto de sentimentos enquanto lia...me emocionei, odiei fortemente alguns personagens, torci por outros e fiquei tensa muitas vezes. Não sou uma grande conhecedora da Segunda Guerra Mundial, mas acredito que o relato do autor sobre o período tenha sido bastante crível. Gosto muito de narrativas que alternam ficção com fatos da realidade. Fatos tão horríveis nesse caso, que desejamos que eles tivessem acontecido apenas em um livro. 

Fui surpreendida com os acontecimentos e seus desdobramentos durante grande parte do livro, porém suspeitei de qual seria o final da história. Pelo menos em relação à revelação principal, já que achei que o que aconteceu depois ficou um pouquinho sem explicação. (Ou talvez eu não tenha entendido). O romance principal também não me convenceu muito e por ele ter um papel importante na história, gostaria que tivesse sido diferente.  

Mesmo com esses pequenos poréns, o livro foi uma grata surpresa! Gostei muito da escrita do Ronaldo e da trama criada por ele. Eu definitivamente recomendo a leitura <3
Adorei a arte da capa, achei super caprichada e bonita! 
Em que momento a perda acontece? Sim, existe o milímetro a partir do qual o amor se esvai, a queda é fatal, a jornada é impossível. Que milímetro é esse? Qual é o nome da unidade que põe fim ao sentimento, à esperança, à razão, à memória? Quando se dá o último espasmo, o adeus sem glória daquela lembrança inútil que agonizava na véspera do esquecimento, resignada ao momento preciso que nos aguarda a todos?


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